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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Assim, só o Thomaz ficará pior na História

 
(Imagem retirada da Internet)
 
Devido à neve que vai fartamente branqueando a o meu cabelo, contando com o atual Presidente Cavaco Silva (Economista e Professor) é já o 8º Presidente da Republica Portuguesa que conheço em exercício de funções.
 
Recordo-me vagamente de Craveiro Lopes  (Marechal) por via da sua fotografia afixada na sala da minha Escola Primária e da sua biografia e obra que tínhamos que saber na ponta da língua quando o Inspetor Escolar visitava a escola.
 
Recordo-me muito bem de Américo Thomaz (Almirante), e da forma pouco transparente como chegou a presidente a que se seguiram anos e anos de uma intervenção frouxa recheada de múltiplas ações de “corta-fitas” e de um rol de picarescas situações que até levaram a censura a cortar partes dos seus “improvisos” de tão patéticos que eram. Foi o último Presidente do Estado Novo.
 
Recordo-me de António de Spínola (General), primeiro Presidente após o 25 de Abril. Presidente não eleito e de polémico curto mandato de 6 meses.
 
Recordo-me de Costa Gomes (Marechal), também Presidente não eleito e que assumiu o cargo num período muito conturbado e difícil da nossa história.
 
Recordo-me de Ramalho Eanes (General). 1º Presidente democraticamente eleito e também o 1º da 3ª República.
 
Recordo-me de Mário Soares (Advogado e Professor) indubitavelmente um grande estadista e defensor das liberdades.
 
Recordo-me de Jorge Sampaio (Advogado) um excelente Presidente e um homem para a História.
 
Alguns exerceram uma magistratura muito curta, outros uma magistratura em condições de grande conturbação politica e social e outros limitaram-se a exercê-la bem, que é o que todos esperamos da figura suprema da Nação, e que é coisa que, no meu modesto entender, o atual presidente não sabe, não tenta, não quer ou pelo menos não tem feito.
Não é necessário fazer um esforço muito grande de apelo à memória para facilmente concluir que, não fora Américo Thomaz,  e o Presidente Cavaco Silva apareceria (no meu ranking de apreciação) com o pior desempenho no exercício da suas funções presidenciais.
 
Quem for já um pouco entradote nos anos e se recorda de Américo Thomaz, a esta distancia só uma boa dose de condescendência, pode pactuar com tamanha incompetência colocada naquele lugar através de eleições fraudulentas por Oliveira Salazar para se perpetuar no lugar de “Presidente do Conselho” (1º Ministro).
 
Mas o nosso atual Presidente, que a História julgará como tem julgado todos os seus antecessores à medida que o tempo passa, com dificuldade se distancia muito, sobretudo neste segundo mandato, de Américo Thomaz e dos seus “improvisos”, tal é o fosso abissal que separa o que diz e que escreve (será que é o que pensa?) da realidade do país. Têm sido vários e variáveis os exemplos (faça um “tour” por aqui http://www.presidencia.pt/?idc=193) cujo epílogo foram os seus últimos contraditórios discurso das comemorações do passado 10 de Junho, seguido de uma entrevista televisiva no mesmo dia, e depois, no dia 12, no Parlamento Europeu. "Cá dentro" insiste na austeridade e ampara o Governo. "Lá fora" transfigura-se em estadista. Quem, povo como eu, “cá em baixo”, no mundo real, viveu a sua passagem pelo Governo como Primeiro Ministro, sabe o que ele fez enquanto tal, e ouve agora as patacoadas que nos impinge só pode concluir uma de duas coisas, ou o senhor Presidente está a ficar senil, e neste caso deveria demitir-se, ou então está deliberadamente a pretender “dar-nos música” para nos entorpecer o raciocínio e tolher os atos.

Mas más, mesmo muito más, foram as suas intervenções de ontem e as suas não intervenções de hoje. No momento de derrocada em que o país se encontra exige-se, ainda hoje, ao último baluarte de esperança dos Portugueses que cumpra o seu dever de cidadão Presidente. Reclamam-no os quase 900 anos de História de Portugal, exige-o o Povo e manda-o a Democracia. Amanhã será tarde.




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